quinta-feira, 20 de novembro de 2008

16/10 – quinta–feira Ainda rolando pela Provence




Mais um dia percorrendo as cidadezinhas da Provence. Começamos por BEAUCAIRE, somente de passagem. Com bares, lojas, bancos, tudo voltado para o Rhône, este com centenas de barcos. Todos ancorados. Parece que no verão é uma cidade toda voltada para atividades no rio. De Beaucaire, passamos por TARASCON, a caminho de St. Rémy.
ST. RÉMY é uma cidade do séc. XV, onde nasceu Nostradamus, que escreveu aqui o seu livro, “As Centúrias”, de previsões, e que foi publicado em 1555. Pode-se visitar o Museu de Nostradamus, onde ele viveu seus últimos 19 anos. Há também a IGREJA DE SAINT MICHEL, ainda sem restauração, mantém o ar escuro e sombrio da era medieval.
Impressionante mesmo em St. Rémy são as RUÍNAS DE GLANUN, que foram descobertas em escavações a partir de 1921. No princípio da era cristã, no séc. I foram erguidas ali, construções greco-romanas que receberam o nome de Glanun, por causa do nome de um Deus local, Glan. Conhecida como a cidade greco-romana de Provence, é um sítio arqueológico, onde se vê, o que restou de casas, fontes, mercados, templos, casas de banho, fórum, e até mesmo um arco do tempo de Júlio César. Iniciado em 1921, até hoje continuam o trabalho de escavação e preservação das ruínas.

Deixando St. Rémy fomos para LE BEAUX. Também uma cidade medieval, bem pequena, com ruelas muito estreitas, lindos cafés, lojinhas super charmosas. Fica na parte mais alta do Alpilles ( região considerada a Provence autêntica) . Aos pés da cidade está o VAL d’ENFER ( Vale do Inferno) , com casas e plantações rodeadas por rochas assustadoramente enormes.
E finalmente chegamos a ARLES, Patrimônio Cultural da Humanidade. Fundada pelos gregos no séc. VI AC, foi conquistada pelos romanos em 123 AC. Também com ruelas estreitas e cafés que foram fonte de inspiração para Van Gogh. É uma cidade que tem uma forte influência catalã. São comuns as touradas e paellas. Visitamos a ANFITEATRO ROMANO, uma arena fantástica, construída no séc.I, com capacidade para 20.000 pessoas. É o maior monumento romano na França. Hoje é palco para touradas e shows. Na Idade Média a arena foi transformada numa fortaleza com 200 casas e 2 igrejas. Ainda hoje pode-se ver resquícios desta época.
Há também em Arles, as TERMAS DE CONSTANTINO, ruínas do séc. IV, local de encontro dos romanos e o TEATRO ANTIGO, com capacidade para 12.000 pessoas e que hoje está sendo resgatado por escavações. Arles é a cidade onde Van Gogh viveu 15 meses ( por volta de 1888), e que ele chamava de “cidade de luz diferente”. Aqui ele pintou mais de 300 quadros. Ironicamente a cidade não possui nenhum de seus quadros. Há o espaço Van Gogh, que era o antigo hospital provençal, onde ele se internou para tratamento. Muito bonita também é a IGREJA DE SAINT TROPHINE, do séc. XII, uma das igrejas mais representativas do estilo romano. Piso e paredes de pedras, escura, e uma bela capela com altar dedicado a Nossa Senhora de Lourdes.
De volta a Avignon tomamos o caminho para CHÂTEAUNEUF DU PAPE, que sempre achei ser um castelo, mas na verdade é uma vila, que possui algo em torno de 300 caves que produzem o famoso vinho Côte du Rhône. É uma vila medieval, restaurada, no topo da montanha. Hoje há somente um portão indicando onde era o tal "Chateauneuf du Pape" (palácio dos Papas), construído em 1317, onde o papa João XXII, iniciou a plantação de uvas. A principal atração de Châteuneuf-du-Pape é o Museu do Vinho.
Abastecer o carro e voltar para o hotel, já que amanhã embarcaremos as 10:39 para Barcelona.
Agora é reciclar os neurônios e começar a pensar e falar em espanhol.
Amei a França. Paris é maravilhosa, gostei demais de Praga. Mas a Provence superou qualquer expectativa. É muito bom ter ouvido falar sempre do rio Rhône e de repente passar várias vezes ao dia por ele e sobre ele. Ver as vinhas de onde vem o vinho de que gostamos muito. Ver o plantio das ervas de Provence, que tanto apreciamos. O cheiro de lavanda em toda a cidade, mesmo não sendo mais tempo delas, mas em cada loja há sabontes, sachês e colônias que exalam um perfume gostoso o tempo todo. Ver o pés de oliveiras carregadinhos, pés de maçãs, uvas.
Cidades pequenas, medievais, lindas. Com seus cafés espalhando mesas e cadeiras nas calçadas, onde se toma um simples café, mas com um charme todo especial.
Saber que onde viveram gregos e romanos, AC, hoje pisamos no mesmo local.
Comemos queijos maravilhosos, acompanhados de vinhos especiais, cada dia uma celebração.
Y ahora, que vienga la Cataluña; Barcelona!!!!!!

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